sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Bases de Ataque no Handebol – Categorias Mirim e Infantil

Bases de Ataque no Handebol – Categorias Mirim e Infantil

27 setembro 2011 por Lucas Leonardo

Conforme já foi tratado neste blog, a utilização de estratégias ofensivas livres (sem características posicionais e zonais) deve ser explorada de forma contínua em categorias mirim e infantil, sendo, em muitos casos, o padrão ofensivo que pode ser utilizado como o principal a ser utilizado, sobretudo na categoria mirim.

Jogar de forma livre, porém, não significa deixar o jogo acontecer e, apenas, incidentalmente, as situações ofensivas acontecerem. Claro, que nestas idades, o jogo livre torna-se um importante referencial para o desenvolvimento da criatividade, porém, é possível que, pelo menos uma base de ataque já possa ser aprendida e utilizada.

Está base de ataque tem como referência inicial o equilíbrio entre atacante com bola e defensor adversário, em situações que tipicamente, o atacante com bola perde o poder de deslocamento (seja por que já driblou e agora está segurando a bola, seja porque o contato físico do defensor é muito presente, tornando perigoso driblar e perder a posse da bola).

Equilíbrio Defensivo – O atacante não consegue deslocar-se com a bola.

Mediante esta situação, uma base de ataque pode ser explorada, mediante a aproximação do jogador mais próximo, realizando um cruzamento muito próximo por trás do atacante em posse de bola, recebendo a bola deste jogador, gerando dúvidas na defesa, que ainda nesta idade pode ter dificuldade em trabalhar com a troca de marcação.

O jogador sem bola que cruza, recebe a bola e ganha um corredor livre para atacar.

Esta situação, mesmo quando há troca de marcação, ainda pode ser muito útil a partir da utilização da tabela entre os jogadores envolvidos.

Considero esta uma base da ataque, pelo fato de exigir ações coordenadas, envolvendo mais de um jogador e que possibilita a conquista de superioridade numérica momentânea de maneira intencional, superando o conceito de que jogar com ataque livre frente a uma marcação individual seja simplesmente um estilo de jogo orientado por ações incidentais.

Espero que esta dica seja útil no seu dia-a-dia com suas equipes iniciantes (ou mesmo mais experientes, frente a uma situação de marcação individual).

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Bases de Ataque no Handebol por Lucas Leonardo

BASES DE ATAQUE NO HANDEBOL por Lucas Leonardo

Bases de Ataque no Handebol – Propostas voltadas para o processo da iniciação e aperfeiçoamento
15 setembro 2011 por Lucas Leonardo
Conceito:
Ouvi pela primeira vez o termo “base de ataque” em minha pós-graduação, numa aula ministrada pela Professora Rita Orsi em que estávamos discutindo os meios táticos ofensivos e defensivos do handebol.

Ao ouvir este termo, consegui, pela primeira vez, conceituar algo que tinha muita dificuldade de fazer: sempre tive por princípio, a partir de um determinado momento do processo de ensino-aprendizagem, o ensino do que chamava ser “jogadas que não sejam estruturalmente fechadas”. Isso significa na prática a organização de uma sequência de movimentações encadeadas que possibilitem o surgimento de erros defensivos, porém, possibilitando ao atleta a tomada de decisão perante as circunstâncias do jogo.

Ao ouvir o termo “base de ataque”, consegui, finalmente, conceituar esta longa explicação acima descrita.

Logo, resumindo:

A base de ataque é um conjunto de referências que orientam ações encadeadas pelos atacantes de forma a possibilitar vantagem para a tomada de decisão frente as circusntâncias do jogo. É o que possibilita que todos falem a mesma “língua” num dado momento de organização ofensiva.

Elementos técnico-táticos do jogo que precisam estar bem assimilados antes do ensino de bases de ataque:

Ensinar bases de ataque, principalmente no tocante à iniciação ao handebol, deve respeitar uma séria de conceitos já assimilados fora do jogo (de forma circunstancial/declarativo) e dentro do jogo (de forma circunscrita/processual).

Ou seja, definir referências que orientem uma base de ataque não é algo que deve ser simplesmente jogado para uma equipe. Cada base de ataque necessitará de elementos técnicos e táticos específicos, porém, pensando o básico, alguns elementos devem estar bem sedimentados dentro do processo de ensino-aprendizagem:

Passar com segurança e eficiência – deixar a bola cair, passar nas costas do jogador que está se movimentando, passar alto demais ou baixo de mais são indícios de que ainda não é o momento de se inserir dentro do planejamento o ensino de bases de ataque. Os jogadores devem ser seguros na execução dos passes e na sua recepção. Devem dominar este conteúdo com excelente grau de competência. Isso já é possível em idades menores, como na categoria mirim, uma vez que passar receber, nestas idades é um recurso e tanto a ser trabalhado através de brincadeiras, jogos e desenvolvimento de situações específicas de aprendizagem deste importante elemento técnico-tático de grupo. Inserir regras que dêem desvantagem no caso da bola cair, por exemplo, é um bom recurso pedagógico para que haja, na ação de passar a bola, muita atenção de quem a realiza. Assim, aprende-se a passar com responsabilidade e segurança.

Orientar-se sempre em direção ao gol adversário – nenhuma base de ataque existe com intuito de afastar a bola do gol adversário. Logo, ter o domínio espacial relacionado a orientar-se com a bola e principalmente antes de receber a bola em direção ao alvo adversário é um elemento muito importante para que as bases de ataque sejam ensinadas. Desde o período em que se exploram a marcação individual e suas variações até mesmo no processo do ensino do ataque zonal isso deve ser enfatizado. Desde o goleiro, até o jogador das extremidades (pontas) devem, a todo o momento buscar o alvo adversário. Somente com este aspecto competentemente dominado é que as bases de ataque podem ser inseridas no planejamento.

Saber reconhecer vantagem numérica momentânea – uma base de ataque sempre terá como conceito básico a conquista de superioridade numérica momentânea, caso contrário, ela não tem função efetiva. Logo, nossos alunos devem conhecer e saber tirar proveito da superioridade numérica desde elementos de jogo muito simples como do 2×1, até situações mais complexas e completas, como o 7×7. Logicamente, que em se tratando do processo de iniciação, o reconhecimento da vantagem numérica em situação simplificadas, originadas do 2×2 já podem garantir o início da aprendizagem de bases de ataque e, quanto mais o aluno aprende, mais sofisticadas e complexas podem ser as referências dessas bases de ataque.

Antes que estes 3 elementos técnico-táticos do jogo estejam bem ensinados, assimilados e aplicados é bastante arriscado ensinar-se bases de ataque.

Para ilustrar o que é uma base de ataque e suas referências, segue abaixo uma sequencia de uma base de ataque bastante simples, muito útil e que deve fazer parte de todo currículo de formação de atletas de handebol.

Falaremos nos próximos artigos sobre uma série de bases de ataque que podem ser ensinadas ao seu devido tempo já nas categorias mirim, infantil e cadete.