quinta-feira, 6 de maio de 2010

Plano de Aula para Ensino do Handebol – Jogar com, como e contra o Pivôt

5 maio 2010 por Lucas Leonardo

Venho, a partir de hoje, descrever alguns planos de aula. Planos de aula, como o nome diz são apenas “planos” ou seja, uma estratégia montada de forma a preocupar-se com a sistematização de ensino que, assim como uma proposta currícular, deve ser maleável de acordo com o andamento da aula/treino, podendo sofrer, ou não, variações e alterações.

A proposta que descrevo aqui terá como base alguns princípios importantes no que tange aos aspectos metodológicos (ênfase no jogo como forma de ensinar) e didáticos (orientando para a descoberta guiada, contruída em conjunto com o professor, orientada para um determinado conteúdo).

Plano de Aula

Tema – Jogar com, como e contra o pivô

Conversa Inicial – Falar da aula passada, e orientar de maneira breve que os alunos se organizem livremente em trios.

Atividade 1 – 2×1 com área delimitada

Objetivos: aprendizagem incidental (aprender sem saber que se está aprendendo) de como defender um pivô e um atacante, de como e quado passar a bola para o pivô e de como ocupar os espaços da quadra jogando com limitação de sua área de atuação – situação típica dos pivôs.

Utilizando-se das riscas da quadra, tais como o círculo central, as cabeças dos garrafões e outras marcações quaisquer, um jogador, com posse de bola (chamarei de atacante) deve passar a bola para outro (chamarei de “pivô”), que se encontra “preso” dentro dessa determinada área demarcada. Um jogador defensor deve impedir que o passe chegue a esse jogador. Não há para o atacante e o defensor limite de zona de atuação, há apenas para o “pivô”.

Em momento algum será falado que se trata de um jogo de pivô, permitindo que todos os jogadores envolvidos nesse 2×1 vão experimentando as melhores formas de atuar.

Será típico, visando o cumprimento da lógica do jogo, que o defensor arrisque-se a tomar a bola do jogador que está com ela, deixando o “pivô” livre, sofrendo vários pontos, pois o mais importante para quem defende e tentar ter o mais rápido possível a posse da bola (ver texto). Porém, essa ação facilita que o passe ao “pivô”, nessa atividade, seja realizado.

Cabe, nesse momento, ao professor, instigar os defensores se a melhor forma de recuperar a bola é tentando recuperá-la do atacante que tem sua posse ou se é buscando aproximar os atacantes, de forma a conseguir marcar os dois ao mesmo tempo e interceptar o passe que um tenta realizar para o outro, ou mesmo, roubar a bola do atacante com uma atitude rápida, surpreendendo o atacante.

Colocada essa dúvida, a reflexão deve ser direcionada para a intenção de marcar o “pivô”, ficando à sua frente e, quando o atacante que tem a bola se aproximar dele, tentar recuperar a bola através da interceptação do passe ou de uma atitude que surpreenda o atacante, recuperando a posse de bola do próprio atacante.

Criar para essa atividade, uma proposta de rodízio, de acordo com os resultados obtidos pelo confronto:

* Se o atacante passar a bola para o “pivô” trocam de função o atacante e o “pivô”
* Se o marcador interceptar o passe, trocam de função o atacante e o defensor.
* Se o atacante parar de driblar a bola (quicá-la no chão) e ficar por mais de 3 segundos com a bola na mão, a defesa vence, havendo a troca entre o defensor e o atacante.

Atividade 2 – Questioná-los sobre a atividade anterior

Objetivos – possibilitar a representação da atitivade anterior, contextualizando o aprendizado com as informações que os alunos já possuem de um jogo formal de handebol.

Vivida a atividade anterior, trazer em discussão quando aquele tipo de relação ocorre num jogo de handebol. Chegada à conclusão de que se trata da relação entre pivôs, atacantes e defensores, demonstrar (das mais variadas formas – com pranchetas, utilizando os próprios alunos e se for necessário, até mesmo interagindo com eles através de exemplos que envolvam a participação do professor), que passar a bola para o pivô envolve a necessidade deste estar livre (com condições de receber a bola num espaço vazio, sem marcadores), orientando os alunos a entenderem, ainda no nível da representãção, que dependendo da atitude do defensor (ele solta o pivô e vem marcar o atacante ou continua marcando o pivô?) a bola pode ser passada ao pivô ou mantida sob o domínio do atacante (e no caso do jogo, até mesmo finalizada a gol).

Atividade 3 – 2×1 com área delimitada

Repetir a atividade, para que a representação mental seja colocada em prática, já com a devida contextualização desse conceito, transformando a a tividade num jogo com relações de oposição transferível ao jogo formal.

Atividade 4 – 2x(1+goleiro) com área delimitada

Vivenciar a mesma situação, agora com a delimitação de uma região de atuação utilizando a área dos 6 metros, e tendo como objetivo fazer gols, seja pelo atacante, seja pelo pivô.

O atacante terá que trazer para esse jogo os conceitos aprendidos – se o pivô estiver marcado, manter a bola consigo, mas agora, visando a progressão ao gol adversário; se o marcador tentar sair para marcá-lo, visando recuperar a posse da bola, buscar o pivô que estará desmarcado, para que ele receba a bola e finalize a gol. Pode-se manter a mesma relação de rodízio ou então, haver rodízio através do aviso do professor.

Conversa Final – Abrir para que dúvidas sejam colocadas ao professor e outros alunos. Refletir sobre a dificuldade de atividade e reforçar os conceitos básicos de quando passar a bola ao pivô e quando buscar progredir ao gol. Bem como quais as ações que o defensor deve ter para que, mesmo em inferioridade numérica, consiga facilitar sua atuação.