segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma Crônica sobre a Iniciação ao Handebol

Uma Crônica sobre a Iniciação ao Handebol
21 maio 2011 por Lucas Leonardo
Texto gentilmente cedido pelo Prof. Jean Brito – Governador Valadares – MG
Certa vez na Universidade um professor fez uma pergunta interessante a nós alunos do 2º período do Curso de Educação Física, na disciplina Handebol.
Ele nos perguntou qual seria o esquema tático defensivo mais viável para ensinar crianças menores de 10 anos, ou seja, iniciação. Quase todos unânimes responderam 6:0 incluindo a honrosa opinião do mestre da sala: O Professor.
Naquele momento todos riam por terem falado exatamente o que o professor gostaria de escutar. Eis que se levantaram as mãos de duas pessoas que discutiam no fim da sala sobre a pergunta colocada. Para azar da turma e do professor os dois aventureiros eram atletas de handebol e gostariam de manifestar suas inquietações.
Um dos alunos puxou a discussão:
- Professor! Como posso ensinar meu aluno a jogar handebol se ele com relação à defesa ficará preso feito raiz no chão, caminhando somente para as laterais? (falou assim laterais por que na época existia um conceito de 6:0 plantado e 6:0 flutuando coisa que nunca ninguém viu certo?).
O professor logo retrucou:
- Eu não disse que ele ficaria feito estátua parada e sim que todos ficariam em movimento só que abrangendo largura e não profundidade!
A turma deu aquela risada com ar de pra que você foi cutucar onça com vara curta. Bem feito. O aluno, porém bem vivido no handebol rebateu no diálogo:
- Pois bem meu professor vamos pensar na situação. Tenho duas equipes que estão sendo treinadas para resolver os problemas táticos e técnicos que brotam em quadra. A primeira equipe é a sua que marca do 6:0 (plantado! Parecendo coisa de agricultor). A segunda equipe marca-se individual quadra inteira, meia quadra, 9 metros e assim vai. Qual das equipes estaria com mais experiências motoras? A primeira que ataca provavelmente num esquema tradicional como estes que assistimos na TV cinco jogadores passando bola e um enfiado entre os defensores, e que marca 6:0; ou a equipe (como falamos menores de 10 anos!) que ataca explorando todos os espaços da quadra e marca-se individual em vários níveis? Ainda completo estimado professor se jogasse uma contra outra como seria?
Depois de ter colocado esta situação a turma ficou em silêncio o professor emudeceu e todos pensaram: Ferrou! Perdeu nota.
Como estávamos em ambiente acadêmico o professor preferiu ser discreto na saída falando assim: – Bom achei interessante à colocação de vocês, vou pesquisar e depois nos falamos. (Nunca mais se viu o professor)
Fiquei feliz por ver que houve inquietação e sei também que muitos são os professores formados hoje, mas que eram discentes naquela época que ministram o handebol na iniciação em suas escolas e clubes de maneira ampla sem estar preso a uma coisa e sim variando as possibilidades para que seus alunos cresçam no aprendizado e que realmente saibam se colocar e resolver os problemas gerados dentro de quadra.