quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Gestor ou Professor ?Drª Maria José Carvalho

O técnico superior de desporto de uma autarquia local aproxima-se mais da função de um gestor desportivo ou de um professor de educação física?
Esta questão que poderá parecer descabida ou despropositada foi-me colocada por uma estudante de forma muito ajustada e à qual eu respondi, provavelmente de forma precipitada, que correspondia à figura do gestor desportivo.
Desejando a estudante em causa concorrer futuramente a um dos nossos municípios para exercer tal actividade profissional, seguiu uma recomendação minha de procurar no Diário da República diversos concursos públicos para essa actividade e analisar os critérios de recrutamento.
De facto, os concursos, e muitos foram analisados, são dúbios quanto ao perfil do técnico superior de desporto. As dúvidas e perplexidades no fim destas leituras desabrocharam nesta estudante que, para além de confusa ficou assustada face, por um lado, às inúmeras exigências que observou em determinados concursos e por outro lado, relativamente às diferenciadas funções que são exigidas a tal profissional.
De facto, entre muitas outras, elencou diferentes tarefas descortinadas em diversos concursos públicos, tais como:
- Consultoria, estudos, planeamento, programação, avaliação e aplicação de métodos e processos de natureza técnica/científica, tomando decisões;
- Recolher, seleccionar e tratar informação, planificar e definir estratégias com vista a uma boa rentabilização social e desportiva dos recursos existentes, com o objectivo de oferecer e prestar um serviço de qualidade;
- Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua especialidade, com tomadas de decisões de carácter técnico, enquadradas por directivas ou orientações superiores;
- Gestão e coordenação de eventos desportivos;
- Preparação e acompanhamento de programas de modalidades desportivas;
- Planificar as épocas desportivas das Piscinas municipais, leccionar e assegurar diariamente as aulas, as turmas e os horários da Escola de Actividades Aquáticas.

Contudo, nem tudo a decepciona, resta-lhe a satisfação de pretender licenciar-se em Ciências do Desporto no ramo opcional de Gestão Desportiva, pois assim sentir-se-á mais habilitada ao exercicio profissional numa realidade de grande hibridismo no desempenho de funções de gestão e funções de leccionação como é paradigmático o caso do técnico superior de desporto.
Que pensam disto os licenciados em Gestão do Desporto? Em que mercados profissionais se podem afirmar categoricamente estes licenciados?
Estas e muitas outras questões deverão ter a sua pertinência no X Congresso da APOGESD o qual visa debater as principais questões relacionadas com o emprego e as diversas oportunidades de negócio/actividade na Gestão do Desporto.
Aqui fica o convite de rumar até à Covilhã e enriquecer o debate e a reflexão sobre a Gestão do Desporto.

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