Considerações sobre a Assistência no Jogo de Handebol
15 Julho 2009 por Lucas Leonardo
Aos amigos que forem ler e comentar esse artigo, faço a seguinte pergunta: Quem aqui utiliza os processo de scout para analisar os jogos de sua equipe?
Faço essa pergunta, pois venho por meio deste artigo desafiá-los a encontrar o principal armador de boas jogadas em sua equipe, através de diferentes formas de analisar o que é a assistência.
É bastante disseminado no esporte que a assitência deve ser computada como o “passe perfeito” que possibilite ao jogador finalizar com êxito a jogada, sem que haja nenhum tipo de ação do jogador finalizador a não ser escorar a bola para dentro do alvo adversário, marcando um ponto.
Assim o é no futebol, basquete, handebol e em tantas outras várias modalidades que pertencem ao grupo dos Jogos Esportivos Coletivos (para os curiosos sobre esse tipo de agrupamento, leiam a obra de Claude Bayer, cujo título é “O Ensino dos Jogos Desportivos Coletivos”, datado de 1994 em sua versão em português).
Portanto, àqueles que tiverem a oportunidade de analisar jogos ou treinos de sua equipe, faça esse tipo de análise: anote quantos passes possibilitam ao finalizador da jogada fazer gols e anote também quem realiza esses passes.
Veremos que haverá um jogador, ou um pequeno grupo de jogadores que realizam muitas assitências dentro da classificação anteriormente descrita.
Agora vamos discutir um pouco a questão “o que é assistência ?”.
Se verificamos que uma assistência é uma ação significada por um jogador que a realiza , será que cabe verificar se este passe foi “perfeito” tendo como parâmetro o êxito de quem se beneficia desse passe, ou seja, o finalizador da jogada?
Não me parece justo classificar o êxito de um passe dependendo do êxito do finailzador, classificando-o como assistêcia ou não-assistência.
Muitas vezes, passes mesmo que simples, são reponsáveis por causar grande desestabilização dos sistemas defensivos adversários, e essa simplicidade passa desapercebida de nossa observação dos jogos. Geralmente só lembramos do passador se o lance acaba em gol.
A inteligência de um jogador que teve “visão” para encontrar o momento e a situação propícias para a realização de um passe não pode ser mensurada pela competência do finalizador da jogada.
Digo isso pois, um passe não pode ser garantia de um gol, mas pode garantir ao finalizador a tranquilidade de finalizar com mais comodidade e segurança. Não é garantia de gol, pois, não podemos esquecer, no caso do handebol que ainda assim haverá um jogo finalizador x goleiro que mesmo que dure segundos ou frações de alguns segundos, irá inevitavelmente acontecer.
Sobre essa nova perspectiva, realize novamente a análise do jogo ou treino de sua equipe e verifique se de repente não surge mais um jogador ou outro que não havia aparecido antes em suas análises, dentro de sua categoria de bons armadores de jogadas para finalização?
Ou verifique se aquele jogador que havia feito 5 ou 6 assitências não teve seu número dobrado, triplicado, e portanto, valorizando mais suas intenções em quadra?
A resposta para isso serão vocês quem darão ao comentar esse artigo, pois sobre meu ponto de vista e a partir de minhas invrestigações já realizadas, verifico que em muitos casos, deixamos de valorizar jogadores que tomam atitudes inteligentes em partidas, pois suprimimos a importância de um passe dotado de tomada de decisão correta e inteligência em sua formulação, pelo fato de um gol ter sido perdido.
Muitas vezes cometemos um erro de culparmos o finalizador pelo gol perdido, esquecendo de observar, em nosso entendimento do jogo, que alguém de nossa equipe foi capaz de realizar um passe que desse ao finalizador a chance de finalizar livremente. Ou seja, valorizamos os erros de maneira negativa, de forma que mesmo uma atitude inteligente daquele que facilitou a ação do finalizador acaba sendo anulada em nossa memória seletiva.
Façam o teste, gostaria muito de receber mais respostas sobre esse tema. Abraços,