“Escolas de Andebol Internacional”
Balcãs e Escandinava que diferenças?
Introdução
Prof. Educação Fisica Tomianovic é, desde há muito tempo, uma referência no andebol mundial e em particular do andebol croata. Ele é parte integrante dos quadros técnicos da federação Croata de Andebol e por ele passa uma parte das ideias que hoje se falam sobre o futuro desta modalidade, difundindo-se as suas propostas para um melhor aperfeiçoamento do andebol na escola ou no clube e adoptada pela maioria dos países europeus.
Assisti a várias palestras particulares e oficiais com enorme agrado dadas pelo Prof. Tomianovic aquando da realização do Campeonato Europeu de Andebol realizado na Croácia, em 2000, onde comparou, difundiu e actualizou alguns conceitos sobre a evolução e tendências futuras de duas das mais importantes Escolas de Andebol Mundiais, a Escola Escandinava, de onde sobressai a Suécia, actual detentor do titulo de campeão europeu, a Dinamarca e a Islândia entre outras e a Escola dos Balcãs, de onde sobressai a Croácia, a Jugoslávia e a Eslovénia, ambas com enormes repercussões importantes no panorama do Andebol Internacional.
Modelo escandinavo
Este modelo, considerado por Tomianovic como o Modelo do Futuro, surgiu muito recentemente, após a queda dos países do bloco de leste, países esses então dominadores da modalidade. Os escandinavos apresentaram o seu modelo de jogo, mais evoluído, com constantes mudanças de posição por parte dos atletas e um elevado ritmo de jogo e também com a criação de condições excepcionais para a prática desportiva, tornando-se assim diferente dos outros países, principalmente por razões culturais, sociais, desportivas e geográficas.
Para os escandinavos, a finalidade única e exclusiva do jogo não é a competição mas sim educar através do jogo, tornando como principal principio a Educação.
Talvez por isso, uma das prioridades para a selecção de jogadores seja a “cabeça”, a mente e não o corpo/ físico, onde os programas relacionados com os aspectos sócio–psicológicos desempenham um papel extremamente importante na captação de novos atletas e também em todas as selecções nacionais.
O desporto da Escandinávia é uma actividade para todos e faz parte das tradições culturais, eles necessitam da pratica desportiva não para ganhar ou perder mas sim pelo puro prazer da prática desportiva, por isso mesmo, quando perdem, a derrota não se torna numa tragédia, ao contrário dos Países de Leste em que a derrota se torna um drama nacional.
As relações sociais e desportivas são diferentes e mais saudáveis e, quem tem como objectivo estar na competição profissionalmente, terá voluntariamente de dirige-se para os países vizinhos,
como seja a Alemanha, visto que o desporto nestes países escandinavos é de características de amador.
Modelo dos balcãs
A utopia de “Marechal Tito” em unificar e harmonizar sócio e culturalmente povos tão diferentes como sérvios, croatas e bósnios foi derrubada pelo nacionalismo exacerbado por aquela mescla de cultura e de religião, dando origem a novas fronteiras e identidades. A Jugoslávia, antes da desagregação era uma potência em desportos de equipa, casos do Andebol, Basquetebol, Futebol e Pólo-Aquático. Hoje, apesar da sua divisão, os ideais desportivos continuam sendo os mesmos, independentemente da sua nacionalidade, talvez por isso as diferenças não sejam muitas em relação ao passado.
Os croatas em relação aos escandinavos são diferentes no pensamento sobre o jogo, são mais improvisadores e fiéis aos métodos que seguem, jogam o andebol de base.
O andebol de base é orientado para uma técnica fina, em especial para o passe e a introdução de fintas especiais, a especialização destas habilidades provoca enormes facilidades aos atletas croatas na relação do 1x1.
Os jogadores da Croácia, para além das questões físicas, possuem ideias mais criativas e os escandinavos aprenderam com isso, portanto, não é difícil observar que as estratégias do jogo são mais evoluídas na Europa do Sul do que na Europa do Norte.
A Escola Jugoslava está neste momento estagnada, os seus jovens atletas não trabalham a técnica como os croatas, prevendo-se num futuro próximo tempos difíceis para eles, por ex: no remate, não o executam com rapidez e não levam a bola acima da cabeça, para depois optarem pela melhor solução de remate.
No futuro, o andebol, em especial na Croácia, vão-se utilizar cada vez mais jogadores altos para algumas funções, contudo necessitam obrigatoriamente de ser jogadores rápidos e habilidosos que se possam adaptar, pois não se pode parar no ataque por falta de iniciativa ou dificuldades de leitura de jogo.
Deste modo, a Selecção dos novos atletas obedece, neste momento aos seguintes parâmetros:
Áreas física/psicológica:
Boa capacidade motora
Psico/ sociológica
Espírito de grupo
Escolha de jogadores:
Jogar sem bola
Teste ao comportamento de jogo
Qualidades neuro-motoras para a prática do Andebol
É também importante procurar que o jovem participe no maior número de torneios internacionais para adquirir ritmo e referenciar as novas escolas de andebol, as diferentes filosofias adoptadas por cada selecção e, a partir daí construir e adequar o seu intelecto ao serviço da nossa selecção.